rascunhe

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ele tinha

Que matá-la, mas não podia. Amava-a com todas as suas forças, de todos os modos possíveis. Aquele mal que a consumia ia se espalhando cada vez mais pelo seu corpo, deixando-a cheia de marcas. Vê-la naquele estado só fazia aumentar a dor que o invadia e, segurando aquele revólver, com as mãos suadas, não sabia mais o que fazer. Ou acabava com tudo de uma vez, ou assistia a sua morte lentamente. Ela não estava preparada para aquele momento, fora a única que não treinou caso algum dia aquele mal resolvesse invadi-la, e foi o que aconteceu, de propósito, pois sabia que ele era o único do qual podia acabar com aquilo. Mas logo sua amada, que lutava para ser forte e, por mais que estivesse conseguindo, na certa não iria aguentar, cederia a morte. Atire, ela já ficou tempo demais dentro de mim. E foi o que fez. Puxou o gatilho. Um tiro lento, silencioso, os olhos dela se fechando, o último olhar, o último suspiro, estava tudo acabado. Um estrondo fez com que aquele mal sumisse da vida de tudo e de todos. Não podia suportar aquela dor, iria deitar ao seu lado, e se matar, para estar ao seu lado para sempre. Deitou-se ao lado dela e, quando a olhou, viu que estava respirando, uma gota de esperança tomou conta daquele lugar, mais uma respiração, mais um minuto de vida, ela podia sobreviver. Ele a abraçou. Ela era forte o bastante para aguentar aquilo, mesmo não estando preparada.

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