rascunhe

terça-feira, 24 de novembro de 2009


[...] Eu adorava ver a desilusão naqueles rostos quando os filhos deles gritavam porque não queriam cumprimentá-los, pais de quem tinham medo. E suas companheiras fremiam para poder ir embora assim que possível. Nós somos os asfastados do mundo. Somos mercadoria avariada que não se quer e não se pode trocar. Carne podre que ninguém mais quer experimentar. [...] [...] Eu sou o predestinado. Ele me disse mil vezes. E vou lhe demonstrar que sei fazer de verdade. Ah, ah, estou vendo, merdinha de Meg. Posso intuir do seu sorriso arrogante: pronto, é um psicopata, diagnóstico correto, deve estar pensando. ERRO! Sou lúcido, lucidíssimo. Mas tenho tarefa a completar. Se você fosse menos arrogante, compreenderia. Claro, agora preciso me esconder. Mas vai chegar o momento. Estudei muito, sabe, Meg? E você, você estuda, Megan? Daquilo que vi, você me desiludiu um pouco. Tantos lugares-comuns, tantas preconcebidas: este é um psicopata, um paranoico, aquele que viveu a falta de carinho materno e blá-blá-BLAAHHHH. Megan, ora, você poderia fazer mais do que isso. Procure ser menos banal. E descobrir arte além do abismo. A vida é esta. É a busca da perfeição.

(Maia Fox: A Predestinada. Brena, S. Straffi, I)

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