rascunhe

terça-feira, 30 de novembro de 2010

E eu precisava falar disso.

Tem coisas que a gente prefere guardar para nós mesmos, engolindo frases que de algum modo te machucam, te deixam pra baixo, ainda mais quando isso vem da própria família. Apesar de aqui ser o lugar que eu mais gosto de ficar, sempre há pontos negativos, e eu preciso falar deles. Eu sempre fui uma menina bagunceira, minhas coisas nunca ficaram no lugar, sempre desmontei meus brinquedos e por causa disso nunca ganhei nada muito caro. Sendo meu oposto, minha irmã sempre foi muito organizada, do jeito que odeia que mexam nas coisas dela, sempre teve os melhores brinquedos porque era atenciosa. Nunca me importei com isso, aliás, até hoje eu não me importo. Nós duas sempre fomos estudiosas, apesar de eu apelar um pouco para a internet, o que não havia no tempo dela. O que magoa é quando alguém, que você ama, que cuidou de você, ficar te comparando com a sua própria irmã. “Sua irmã nunca foi bagunceira desse jeito”, “sua irmã nunca me deu trabalho”, “sua irmã não ficava na internet”, “blábláblá”. Cara, EU NÃO SOU A MINHA IRMÃ! E NUNCA VOU SER IGUAL A ELA! Nós temos as nossas próprias qualidades e nossos próprios defeitos, se o meu defeito é a qualidade dela, eu não posso fazer absolutamente nada! Não tenho culpa por minha irmã brincar na rua e vocês nunca me terem deixado dormir na casa de uma amiga minha. Não tenho culpa de a minha irmã ter vendido geladinho para jogar totó e vocês nunca terem me deixado eu me virar na cozinha! Depois me perguntam porque eu sou fechada, é porque eu fui criada em ambiente fechado, sozinha! Quando eu comecei a ficar mais tempo na internet foi porque eu conheci pessoas maravilhosas que se importavam comigo, em brincar comigo, em me fazer sentir “criança” novamente, que me ensinaram a amadurecer, a criar, a ser mais solta, a fazer verdadeiras amizades! Se a minha irmã teve a oportunidade de ter amigos pessoalmente, brincando de barro, eu tive a minha de conhecer meus amigos virtuais, e não me arrependo, nunca me arrependi. Eu sou apaixonada pela minha irmã, orgulho-me dela, só de falar com ela eu fico feliz. Agora, ser igual a ela? Prefiro a minha personalidade. Obrigada, mas não aceito o convite.

Um comentário:

Tio (Welden da S. Gonzaga) disse...

As vezes pessoas que amamos, nos magoam, sem que notem.