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sábado, 15 de janeiro de 2011

"Uma noite,

após meu pesadelo habitual, uma sombra ergueu-se sobre mim. Ela disse: - Conte-me o que você sonha. E eu contei."
A menina que roubava livros.

Na realidade não foi um sonho. Foi mais uma lembrança. Eu estava sendo balançada na rede por um homem tão branquinho de olhos azuis. Ele cantava uma música de ninar para mim, enquanto eu ia aprofundando-me cada vez mais na sua melodia enquanto o sono vinha me fazer companhia. Assim que adormeci ele me pegou no colo e me colocou na cama, e logo após foi deitar na sua rede. Acordei assustada pois não estava em sua rede e fui chamá-lo para brincar. Brincamos por muito tempo. Rimos bastante. Mas o sonho começou a ficar embaçado, e eu não estava entendendo. Ele estava com cara de assustado enquanto eu tentava puxá-lo em vão, pois sua imagem se distorcia cada vez mais. Acordei na vida real. Com os olhos bem abertos. Voltei para realidade e relembrei daquele homem que agora jazia em uma cama de hospital, sem muita esperança. Essa é a única lembrança que tenho dele. Não me lembro a última vez que conversamos, ele nunca foi de conversa. Aliás, sempre foi rabugento, mas quando criança consegui tirar um sorriso de seu rosto. Não sei em que estado você se enconta. Eu só queria voltar aquela época, e ter curtido mais seus lindos olhos azuis.

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