Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!
Gritos, ais, maldições, preces ressoam
E ri-se Satanás!
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... Se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!
Gritos, ais, maldições, preces ressoam
E ri-se Satanás!
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... Se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!
(Navio Negreiro - Castro Alves)
Nenhum comentário:
Postar um comentário