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sexta-feira, 17 de abril de 2009


Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão...

Qual um sonho dantesco as sombras voam!
Gritos, ais, maldições, preces ressoam
E ri-se Satanás!

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... Se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

(Navio Negreiro - Castro Alves)

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