rascunhe

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Estavam os dois lá, deitados em uma grama levemente úmida. Estavam observando as estrelas, comentando sempre em particular, qual era a mais brilhante, a mais bonita, a mais distante.
- Por quê você gosta tanto de olhar estrelas? - ela perguntou.
- Não gosto só de olhar, converso com elas, elas me entendem. - disse ele calmamente.
- Hein?
- Oras, de vez enquando eu venho aqui bater um papo com elas.
Fez-se silêncio. Ela achou que ele estava ficando maluco, conversar com estrelas não é coisa que gente normal se faça, mas ficou ali pensando em como seria conversar com elas. Até que, não entendendo, e curiosa, perguntou:
- Qualquer um pode conversar com elas?
- Nem todos.
- Como assim?
Ele riu, e entrelaçou sua mão na dela, apertou-a com força. Pediu para que deitasse em seu peito.
- Está escutando?
- O que?
- Meu coração, está batendo forte.
- Sim, posso escutar.
- Eu estou amando.
- E o que isso tem haver com as estrelas?
- É o amor.
- O amor?
- Sim, você tem que amar para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir, entender e conversar com as estrelas.
Ela se encolheu em seu peito. Fechou os olhos e respirou com força. Olhou vagamente para aquelas estrelas brilhando em cima deles. Queria ouvi-las, mas não tinha como, ela havia deixado uma barreira no seu coração.


                                               

2 comentários:

Anônimo disse...

intertextualidade com a aula de literatura é o que há ;D

Ficou lindo o texto assim :)

:**

Julianne Ribeiro disse...

Lindo!!
Parabéns!!
entra no meu blog!
www.etipoassim.blogspot.com