domingo, 14 de agosto de 2011
Meus sonhos são como taças,
Taças de porcelana, com traços finos e bem acabados. Cuido bem delas, tomo minhas bebidas favoritas nelas e lavo com uma esponja especial. Deixo-as intactas e guardo-as bem no alto, para que ninguém as quebre. Cada taça é um sonho, mas tem algo de errado acontecendo. Fui vê-las ontem e, quando entrei no quarto, senti uma pontada nos pés. Olhei para baixo e vi que eles estavam sangrando, e que diversas taças haviam sido quebradas. Continuei andando por cima delas, sentindo uma dor inexplicavelmente, tanto emocionalmente, como fisicamente. Haviam quebrado minhas taças, e com elas, meus sonhos estavam sendo estralhaçados, diluindo-se ao vento que carregava cada pedacinho de porcelana que eram leves demais. Peguei uma cola e me ajoelhei. Vou tentar, por mais que faltam pedaços, por mais que doa, por mais que eu sangre, por mais que ainda insistam em quebrá-las mais ainda, reconstruí-las. E, só para constar, construirei mais delas.
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